Pagodeiros são indiciados por estuprar duas adolescentes de Itaberaba

Os dez integrantes da banda de pagode New Hit foram indiciados nesta terça-feira (25) pela Polícia Civil de Ruy Barbosa, na Bahia, por estupro e formação de quadrilha, depois que o laudo feito na roupa de duas adolescentes apontou grande quantidade de sêmen de mais de duas pessoas. Antes, um outro exame apontou que elas tiveram relações sexuais.

As adolescentes, de 16 anos, contaram que, no dia 26 de agosto, foram estupradas pelos integrantes da banda durante uma micareta na cidade. Elas disseram à polícia que foram estupradas dentro do ônibus da banda, onde entraram para tirar fotos com os integrantes. As meninas contaram ainda que foram levadas para o banheiro do veículo e as duas foram violentadas pelos rapazes, que agiram em duplas.

Conforme a coordenadora de polícia de Itaberaba, Clécia Vasconcelos, o laudo mostrou que havia sêmen também na roupa dos jovens. O resultado, divulgado na segunda-feira, desmente a versão dos integrantes da banda, de que só dois tiveram relação com as adolescentes, mas com consentimento.

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    O inquérito foi encaminhado na manhã desta terça-feira para o Ministério Público. O órgão tem 30 dias para comunicar se oferece ou não a denúncia contra os suspeitos.

    De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Marcelo Cavalcanti, todos os integrantes da banda foram indiciados pelo mesmo crime. Cavalcanti disse não acreditar que todos mantiveram relação com as adolescentes, mas foram coniventes com o abuso e não impediram o crime. Nove integrantes do New Hit estão presos no presídio Regional de Feira de Santana.

    Adolescentes recebendo ameaças

    As duas adolescentes estão em um abrigo de Salvador. As menores disseram que passaram a receber ameaça depois que o caso foi divulgado. O Conselho Tutelar foi acionado e pediu proteção para as duas.

    Estupro: “de dois em dois”

    No departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana, as duas adolescentes passaram por exame de corpo de delito e contaram terem sido estupradas de dois em dois. “A gente pediu para o produtor da banda para irmos para o trio para tirarmos foto com eles. Quando a gente chegou em cima do trio, eles falaram que não dava para tirar foto lá, porque era muita gente, que era para irmos para dentro do ônibus. Quando a gente chegou dentro do ônibus, eles falaram que era para irmos para o fundo do ônibus porque lá tinha mais luz. Quando chegamos no fundo do ônibus, dois deles já me empurraram para dentro do banheiro, levantaram minha saia e já começaram a praticar o ato sexual. Eu pedia para eles pararem, para eles me deixarem ir embora. Eles tamparam minha boca e começaram a me bater, para não deixar eu sair. Dez homens me estupraram, entravam de dois em dois”, revelou uma das vítimas.

    Envolvimento de um policial

    O Policial Militar, suspeito de ter vigiado a porta do ônibus quando ocorreu o crime, está custodiado na Coordenadoria de Custódia Provisória da Polícia Militar, localizada no Batalhão de Choque em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

    Em nota enviada na segunda-feira, a PM informou que o policial envolvido no caso é um soldado que trabalha na 47ª CIPM, no bairro de Pau da Lima, em Salvador.

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