Em entrevista ao vivo à CNN Brasil neste domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro disse que há interesse financeiro no que chama de “histeria” do coronavírus. O presidente participou do ato no Palácio do Planalto contra o Congresso Nacional e comparou sua ida à rua para cumprimentar manifestantes aos metrôs e estádios cheios.
“Sabemos que as aglomerações de pessoas correm o risco de ser risco desse vírus se deflagar de forma grave no nosso país. Agora, é uma realidade. Você vê os metrôs cheios, os ônibus cheios (…) estádio de futebol. É um vírus que você vai ter que enfrentar mais cedo ou mais tarde”, disse, sem considerar que os jogos de futebol já estão sendo cancelados ou realizados sem público.
“Alguns irresponsavelmente querem colocar a culpa em mim por esse movimento agora”, disse Bolsonaro. As colocações do presidente vão contra as orientações do Ministério da Saúde de seu governo, que é contra a aglomeração de pessoas durante o avanço do coronavírus no país.
Hoje sabe-se que ao menos 12 pessoas que estiveram com Bolsonaro na comitiva brasileira aos Estados Unidos estão infectadas com coronavírus. A recomendação era de que o presidente ficasse em isolamento até a próxima quarta-feira, quando será refeito o teste do vírus.
Contudo, Bolsonaro ignorou as recomendações e cumprimentou apoiadores em Brasília, além de tirar selfies com celulares de outras pessoas.
Na entrevista, Bolsonaro também atacou os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, desafiando-os a ir às ruas em vez de criticá-lo por sua participação nos atos deste domingo.
“Eu gostaria que eles saíssem às ruas como eu”, disse. “Nós, políticos, temos responsabilidade e devemos ser quase que escravos da vontade popular. Saiam às ruas. Eu respeito os parlamentares, não tenho problemas com eles. Estão fazendo suas críticas, estou tranquilo no tocante a isso. Espero que eles não queiram partir para algo perigoso depois dessas minhas palavras aqui”, finalizou.