A primeira etapa do processo de beatificação de Maria Milza dos Santos Fonseca, conhecida como “Mãezinha”, foi realizada nesta sexta-feira (15) em Itaberaba, na Chapada Diamantina.
O ato marca oficialmente a abertura do processo na instância diocesana e pode levar ao reconhecimento da segunda Santa baiana pelo Vaticano, ao lado de Irmã Dulce.
A cerimônia, chamada de Solenidade de Abertura da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus, reuniu fiéis, autoridades civis, militares e lideranças religiosas no Santuário Diocesano da Caridade Nossa Senhora das Graças.
O evento foi presidido por Dom Estevam dos Santos Silva Filho, bispo da Diocese de Rui Barbosa.Quem foi Maria MilzaNascida em 15 de agosto de 1923 no distrito de Alagoas, em Itaberaba, Maria Milza completaria 102 anos nesta quinta-feira.
Agricultora, ficou conhecida por dividir alimentos com famílias carentes, alfabetizar crianças e visitar doentes levando remédios. Morreu aos 70 anos, em 17 de dezembro de 1993, e é lembrada por relatos de milagres atribuídos à sua intercessão.
A moradora Lúcia Silva conta que seu pai teria se recuperado de uma lesão grave após seguir orientações de Maria Milza. “Meu pai não conseguia andar. Ela pediu para pegar folhas de juá, fazer um banho e passar na perna dele. Em semanas, ele voltou a andar normalmente. Agradeço o milagre dela”, relatou.
Durante a solenidade, foram empossadas as comissões que conduzirão o processo: Comissão Histórica, Comissão Econômica e equipe de testemunhas.
O padre Giorlando Laranjeira assumiu como Juiz do Tribunal e o Sr. Washington como Promotor da Causa, ambos prestando juramento diante do bispo.
Após a instalação, foi celebrada uma missa solene presidida por Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari e presidente do Regional Nordeste 3 da CNBB, com a concelebração de outros bispos e a presença do Frei Juciel Gomes, OFMCap, postulador oficial da causa no Vaticano.