São Paulo vence, dá show e afunda Palmeiras

As coisas já estavam bem difíceis para o Palmeiras antes de Lucas e Márcio Araújo ficarem frente a frente na grande área. Aí ficou impossível. O são-paulino de 20 anos driblou e deixou o palmeirense sentado no chão. Na conclusão da jogada, Luis Fabiano empurrou a bola à rede para abrir o placar no clássico.

 

O São Paulo venceu por 3 a 0, mas o Morumbi não comemorou apenas a vitória. Nem somente a magistral atuação de Lucas, que consolida cada vez mais sua condição de novo ídolo tricolor. Nem só os dois gols de Luis Fabiano, artilheiro do Brasileiro com 14. Nem o massacre, fato incomum na história do Choque-Rei. Houve festa também pela contribuição dada a um possível rebaixamento do rival.

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    A derrota no Morumbi interrompe uma sequência de três vitórias do time que luta desesperadamente contra o rebaixamento. É o primeiro baque do técnico Gilson Kleina. Em campo, a cada gol tricolor, os palmeirenses reagiam com discussão áspera, gestos firmes, caras amarradas. O time permanece em 18º com 26 pontos, seis atrás do Coritiba, o primeiro fora da zona da degola. Neste sábado, os são-paulinos foram genuína felicidade e um pouco de marra. Luis Fabiano, que voltou a comandar o ataque do time após três partidas no estaleiro, fez o primeiro gol e ficou olhando para torcida ensadecida com a mão no queixo, olhar blasé, parado na esquina. Mostrou que já se acostumou a ser tratado como um rei. Denilson, volante brucutu, o jogador mais indisciplinado do Brasileiro, provou que também pode ter classe. No final do primeiro tempo, acertou um chute incrível, raro, impressionante, da intermediária direto para as redes. A bola morreu tranquila no ângulo do azarado goleiro Bruno.

    Golaço. Na comemoração, Denilson ajoelhou-se sobre o escudo tricolor, levou a mãos aos céus e chorou. “Este gol foi dedicado à minha mãe, que está no céu nos abençoando”, disse entre lágrimas na saída para o intervalo. Os volantes também choram. O domínio do São Paulo durante o primeiro tempo foi tanto, que mal se pôde percerber as principais armas palmeirenses em campo. Barcos, Valdivia e Daniel Carvalho (cuja titularidade foi a ousada aposta de Gilson Kleina) estiveram apagados durante os primeiros 45 minutos. “Temos que ter mais organização e paciência, mas com 2 a 0 atrás fica muito mais difícil”, admitiu um desanimado Marcos Assunção no intervalo. Kleina, arrependido de sua ousadia, mexeu no time para a etapa final. Sacou Daniel Carvalho e Márcio Araújo, o que ficou sentado para ver Lucas passar. As apostas eram Luan e Thiago Real.

    Mas se havia esperanças, elas acabaram em menos de dez minutos. A derrota cristalizou-se quando o lateral Artur foi expulso por falta em Osvaldo no começo do segundo tempo. Ele já havia sido amarelado na etapa inicial também por derrubar o insinuante atacante tricolor. Com um a menos, o Palmeiras foi às cordas. Ainda tinha muito jogo pela frente. Só que não tinha mais Palmeiras. Tudo ficou ainda pior quando Valdivia se machucou numa dividida e ficou mancando em campo. Como o time já tinha feito as três substituições, Valdivia teve que sair e deixar a equipe com nove. No meio desse drama, Luis Fabiano ainda fez o terceiro com um belo chute de primeira. Na comemoração, acabou sentindo a perna e foi substituído por precaução. O resultado foi tão justo que passou despercebida a atuação do árbitro Paulo César de Oliveira, cuja escalação foi duramente questionada pela diretoria alviverde. Seguro, ele não influenciou no resultado do jogo. Se houve erros, houve para os dois lados. No final, o São Paulo só ficou tocando de lado, a torcida gritando olé, comemorando uma das vitórias mais tranquilas dos últimos tempos. UOL

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