Produtora de frutas orgânicas deverá chegar a Lençóis

A Bioenergia Orgânicos assinou, na sexta-feira (29), na Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), protocolo de intenções para instalar uma processadora de frutas orgânicas no município de Lençóis, na Chapada Diamantina.

Com um investimento de R$ 20 milhões, a empresa baiana pretende fabricar 40 toneladas/dia do produto em uma primeira etapa.

A perspectiva, segundo o sócio Oswaldo Araújo, é de empregar até duas mil pessoas de forma direta e indireta no auge da sua capacidade, que será de 110 toneladas/ano, em alguns anos. O faturamento anual previsto, calcula, é de R$ 100 milhões.

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    Na primeira etapa, explica Oswaldo, a marca Bioenergia não será vista nas gôndolas dos supermercados, nem haverá uma grande variedade de frutas. Toneladas de polpa de abacaxi, manga e maracujá serão envasadas em bombonas de 200 litros e vendidas a empresas produtoras de alimentos do mercado interno e externo. “Não se trata de concentrado, uma vez que a água natural das frutas será preservada. Será possível, por exemplo, consumir a polpa diretamente como suco, sem a mistura de qualquer outra substância. E o mais importante, sem conservantes. O processo de produção será automatizado e com uma técnica de assepsia que possibilitará o consumo em até dois anos, sem necessidade de refrigeração, mantendo as características originais”, detalha.

    A secretária da SDE, Luiza Maia, deu as boas vindas à empresa: “Espero que produzam muito e ajudem nossa economia a crescer. A Bahia e o Brasil precisam disto. Aproveito para destacar a preocupação da empresa com as práticas orgânicas. Até mesmo o adubo usado nas árvores frutíferas provêm de gado criado de forma orgânica pela empresa”.

    Agricultura familiar

    A Bioenergia adquiriu 3,5 mil hectares de terra no distrito de Tanquinho e pretende preservar 50% da área, 30% a mais que a obrigação legal, utilizando a água do Rio Santo Antônio, afluente do Paraguassu. Segundo Oswaldo, a empresa produzirá parte da matéria prima a ser processada, mas contará também com uma rede de produtores da Agricultura Familiar que receberão qualificação e mudas. “Compraremos deles até 100% do que colherem.

    Há um projeto para incluir produtores de mais de 30 municípios do entorno. Atualmente, grande parte dos trabalhadores são oriundos das comunidades quilombolas de região. Outro diferencial da empresa é o desperdício zero.

    As partes da fruta desprezadas no processamento serão destinadas à fabricação de subprodutos absorvidos pela indústria de fármacos, cosméticos e outras. Há planos futuros para aumentar a variedade de frutas e destiná-las ao mercado de forma in natura.

    Outra possibilidade é a atração de empresas sistemistas fabricantes de produtos à base de frutas, copiando o modelo adotado pela Ford, em Camaçari. Com isso, evita-se a bitributação tornando os preços mais competitivos”, relata.

    Criada há cerca de uma década, a Bioenergia tem se dedicado, juntamente com a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) de Cruz das Almas, à pesquisa para a escolha e desenvolvimento de espécies adequadas aos seus objetivos. “A opção pela Bahia deu-se após estudos prévios, também realizados em Pernambuco e no Ceará.

    Mas foi aqui que encontramos as condições ideais para dar início ao nosso projeto”, explica o sócio da Bioenergia, referindo-se aos conceitos básicos que definem a empresa: fruticultura orgânica, sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e inclusão social.

    “Tínhamos em mente um local em que fosse mais fácil desenvolver práticas sustentáveis e de inclusão social e onde não houvesse a prática da produção com agrotóxicos; encontramos isso na Chapada”, completa.

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