Órgãos ambientais traçam ações contra fogo na Chapada Diamantina

O secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, sobrevoou neste sábado (22) a área afetada há mais de 10 dias por um incêndio na região que abrange cinco municípios da Chapada Diamantina, centro-norte da Bahia. Em entrevista, o secretário informou que o objetivo do voo foi identificar onde estão localizados os principais focos do incêndio, além de observar a área que foi consumida pelo fogo.

“Em conversa com o Corpo de Bombeiros e equipe de Meio Ambiente será possível traçar ações de reforço para os próximos dias”, afirma Eugênio Spengler. O secretário observa que a região afetada pelo incêndio é de difícil acesso e que é necessário contar com apoio aéreo no combate às chamas. “Contamos com o reforço de dois helicópteros do Graer [Grupamento Aéreo da Polícia Militar] e de mais uma aeronave de monitoramento para identificação dos pontos a serem combatidos. Temos 75 bombeiros atuando, além de outros 55 que podem ser mobilizados a qualquer momento e 125 brigadistas voluntários”, relata.

Segundo levantamento preliminar do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o fogo afeta entre 20 e 25 mil hectares da Serra do Barbado, unidade de conservação ambiental da Bahia. No local, está o Pico do Barbado, que tem 2.033 metros de altitude. Os municípios de Rio de Contas, Abaíra, Rio do Pires, Piatã, Jussiape e Érico Cardoso fazem parte da região. Na Serra do Barbado, estão as nascentes de três dos principais rios do estado: Paraguaçu, São Francisco e Rio de Contas.

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    Prejuízos

    Além dos impactos ambientais, os incêndios na região da Chapada Diamantina causam prejuízos à saúde da população e à economia. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, levantamentos preliminares indicam que entre os municípios de Abaíra e Rio de Contas já foram perdidos 10 mil pés de café em decorrência dos incêndios este ano. “É um dos melhores cafés que se produz no Brasil”, pontua.

    Com as queimadas, a qualidade do ar fica comprometida, aumentando a incidência de problemas respiratórios. Há ainda os impactos decorrentes da queima de vegetação nativa. “Afeta a proteção de nascentes, impacta na fauna, com animais morrendo ou fugindo de seu habitat natural para outro”, observa Eugênio Spengler.

    Incêndios recorrentes

    Sobre as causas do incêndio na região da Chapada Diamantina, o secretário de Meio Ambiente destaca que a situação de queimadas ocorre todos os anos e que em 2012 complicações climáticas podem ter intensificado a situação.

    “Tivemos o agravamento da seca, como tem muita concentração de matéria orgânica com baixa umidade, o ambiente fica favorável à proliferação de incêndio. Há várias outras causas, nas propriedades rurais, por exemplo, muitos agricultores ainda utilizam manejo com fogo sem os cuidados necessários e acabam perdendo o controle do fogo”, pontua Eugênio Spengler. ”No sentido de reduzir as ocorrências de incêndio, temos uma série de ações sendo aperfeiçoadas, voltadas para a educação ambiental e sensibilização da comunicação local”, conclui o

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