INVASÕES DE TERRAS: O MEDO QUE ASSUSTA OS  PRODUTORES RURAIS 

“A melhor forma de se proteger é mantendo o imóvel regularizado”

No decorrer dos últimos meses está tendo uma onda de invasões de terras  em todo o Brasil, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),  foram contabilizados mais de 33 casos de invasões, nesse ano de 2023,  segundo o INCRA, órgão responsável pela reforma agrária no país. 

Esse fato ocasiona um certo pânico aos proprietários de imóveis rurais, pois  a cada dia tem se tornado mais frequente e alguns deles tem chegado com  bastante violência. 

A Bahia é o estado que mais sofre invasões, recentemente, em Macajuba,  cidade que fica a 68 km de Itaberaba, foi invadida, e os integrantes do MST,  alegaram, que as terras eram improdutivas, todavia, segundo informações  disponibilizadas no G1, trata-se de um imóvel irregular, que está em processo  de inventário, e não foi feita ainda a partilha do imóvel, por conta das  divergências encontradas na matrícula, perante o Cartório competente. 

Além desse fato, teve invasões no município de Jacobina, Teixeira de Freitas, Mucuri, entre outras cidades, e muitas dessas terras que foram invadidas, os  documentos encontram-se irregulares, e isso é um verdadeiro risco que os  proprietários das fazendas correm. 

𝐔𝐫â𝐧𝐢𝐚 𝐃𝐮𝐚𝐫𝐭𝐞 | 𝐀𝐝𝐯𝐨𝐠𝐚𝐝𝐚 𝐈𝐦𝐨𝐛𝐢𝐥𝐢𝐚𝐫𝐢𝐬𝐭𝐚 /siga advurania

Porque, como reaver e reivindicar o direito de alguém, sem que tenha  documentos para provar o direito perdido? 

Todo processo precisa-se de provas para que o juiz entenda e possa visualizar  de forma clara que a propriedade pertence a alguém de forma ativa e que  não está improdutiva, e nem abandonada, como os integrantes do  movimento alega, em todas as invasões que ocorrem. 

E o que eu sempre digo, quando chega demandas desse tipo no meu  escritório, é que a violência não resolve o problema, e eu reforço esse  posicionamento aqui, porque agir com violência ao se deparar com casos,  como esse, faz com que a razão do verdadeiro proprietário seja perdida. 

O que resolve, é estar munido de documentos, que prova a posse e  consequentemente a propriedade, e para isso é necessário manter o imóvel  regularizado, com registro perante ao Cartório, com matrícula, devidamente  atualizada, contendo georreferenciamento, bem como, averbações de CCIR,  ITR, CAR, a qualificação deve ser verificada também, ou seja, manter todos  os documentos da fazenda regularizados e devidamente atualizados. 

Essa é a arma mais eficaz, para se defender dos invasores, e eu me refiro  dessa forma, porque essa atitude é criminosa, o MST foi criado com outro  proposito e deve sim lutar e reivindicar os seus direitos, de forma justa, porém essas invasões são totalmente ilegais e tipificada como crime no  Código Penal. 

Ao se deparar com casos como esses, o correto é informar de imediato o  ocorrido as autoridades policias do município, e em seguida contratar um  advogado especializado em direito imobiliário, para ingressar com ação de  reintegração de posse. 

Mas o ideal mesmo, é trabalhar de forma preventiva, cuidando do patrimônio,  mantendo-o regularizado, porque melhor do que resolver um problema é  evitar que um problema aconteça, e esse problema, pode sim ser evitado, cuidando dos documentos do imóvel, mantendo-os devidamente  regularizados. 

POR URÂNIA DUARTE – ADVOGADA ESPECIALISTA EM DIREITO IMOBILIÁRIO OAB/BA 68307

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