A arte poética está ultrapassando os muros do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, localizado em Itaberaba .
Por meio de textos autorais, os estudantes estão realizando intervenções em espaços públicos, a exemplo do largo da antiga rodoviária do município. O projeto “Poesia no Ponto”, que chega à terceira edição, é protagonizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio, sob a orientação de professoras de Língua Portuguesa.
Além de distribuir poemas impressos para as pessoas, os estudantes chamam a atenção com a declamação das poesias em voz alta e dramatização dos conteúdos de cunho social.

Com facilidade na oratória, a estudante Ana Júlia Sales, 14, adora declamar “Dona Maria”, por meio da qual ela versa sobre emancipação feminina. “Este projeto é muito interessante e fico muito encantada em participar porque ampliou meus horizontes em relação a questões sociais, como a situação de submissão das mulheres, que precisam tomar consciência para lutar pelos seus direitos e seu lugar na sociedade.
Também foi muito legal perceber que este projeto de Português interage com outras áreas do conhecimento, como Sociologia, Filosofia e História. Então, foi fazendo poesias que discutimos muitos temas atuais e importantes para o nosso crescimento”, disse a aluna, que é líder de classe.
A colega Mariana Souza, 14, também é entusiasmada com o projeto, por meio do qual foi estimulada a escrever a poesia “Preconceito com P de preto”.
“A poesia é um instrumento importante para falarmos de temas como racismo, desigualdade social, educação e situação política do país, que nos atingem e nos sensibilizam, despertando a nossa consciência. É muito gratificante este trabalho porque contribui não só para o nosso aprendizado, mas também para levarmos conhecimentos para outras pessoas”.
Idealizadoras do “Poesia no ponto”, as professoras de Língua Portuguesa Geovana Rodrigues e Cristina Maria Santana explicam que o projeto tem como objetivo despertar o gosto pela leitura e pela arte de escrever, bem como estimular a expressão criadora e a integração da escola com a comunidade. “Desenvolvemos o trabalho durante três meses em sala de aula e atividades extraclasse. Motivamos os nossos alunos a lerem e escreverem poemas de crítica social e a terem contato com textos literários e jornalísticos.
O resultado foi a produção poética criativa, engajada e rica em conteúdo. Eles têm apenas entre 14 e 15 anos e já estão bem preparados para, quando chegarem no 3º ano, escreverem com desenvoltura as suas dissertações”, pontuou Geovana Rodrigues.