Bolsonaro é alvo de panelaços pela 2ª noite seguida

Capitais e cidades de regiões metropolitanas registraram nesta 4ª feira (18.mar.2020) a 2ª noite seguida de panelaços em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Foram relatados gritos de “fora, Bolsonaro”, apitos e panelas batendo em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, João Pessoa, Juiz de Fora e Niterói, entre outras cidades.

Convocado por movimentos sociais e grupos de oposição ao governo por meio das redes sociais, o protesto se deu em 2 momentos da noite. O 1º ocorreu pouco depois das 19h, quando o presidente da República fez pronunciamento ao lado de outras autoridades para anunciar medidas de enfrentamento à epidemia de covid-19.

O 2º protesto, com mais força, ocorreu às 20h30. Era o horário para o qual as manifestações estavam sendo convocadas nos últimos dias pela internet e aplicativos de mensagem.

Na capital paulista, foram ouvidos xingamentos ao presidente em bairros como Moema e Vila Mariana (zona sul); Pinheiros, Sumaré, Pompeia, Lapa e Vila Madalena (zona oeste); Jardins, Bela Vista, Santa Cecília, Liberdade e Higienópolis (região central); e Mooca (zona leste).

Também ouviram-se gritos contra o presidente da República em bairros da zona sul e central do Rio de Janeiro, tais como Copacabana, Gávea, Estácio e Jardim Botânico; e na Asa Norte e Águas Claras, em Brasília. Houve protestos contra Bolsonaro na região central de Belo Horizonte (MG), no Recife (PE) e em Niterói (RJ).

Apoiadores de Bolsonaro prometeram rebater o protesto na mesma moeda. Um 2º panelaço está marcado para ter início às 21h desta 4ª feira (18.mar), desta vez a favor do presidente.

Marca do período pré-impeachment de Dilma Rousseff, iniciado em 2015 e concluído em 2016, os panelaços agora são usados contra Bolsonaro como uma reação à atitude do presidente de comparecer a ato contra o Congresso e contra o Judiciário no domingo (15.mar.2020), contrariando recomendação de isolamento do próprio Ministério da Saúde. O presidente havia sido orientado a permanecer distante de contato social depois de ter sido testado para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Nesta 3ª feira (17.mar.2020), a Câmara recebeu o 1º pedido de impeachment contra o presidente. O autor, o deputado distrital Leandro Grass (Rede), citou entre seus argumentos pelo afastamento de Bolsonaro o fato de ele ter endossado manifestações de rua apesar de organizações de saúde terem recomendado que se evitem aglomerações.

ojeção em protesto contra Bolsonaro em prédio da Santa Cecília, na região central de São Paulo

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