Tentativa de fuga em massa em penitenciária no Pará deixa ao menos 21 mortos

Ao menos 21 pessoas morreram nesta terça-feira durante uma tentativa de fuga em uma cadeia na região metropolitana de Belém, no Pará, segundo informaram as autoridades locais. A tentativa de fuga em massa aconteceu no complexo penitenciário de Santa Izabel, confirmou a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), e foi organizada por um grupo armado que tentou entrar no local com armamento pesado. Em uma versão anterior deste texto, o número de mortos chegou a ser de 23, seguindo informação divulgada pela Segup.

Os mortos, segundo o G1 apurou são cinco presos, 15 pessoas que tentaram invadir o presídio para realizar a fuga e um agente penitenciário. Há ainda ao menos mais quatro agentes feridos, além de outros presos. Contudo a Segup não soube informar o número exato, por isso, a quantidade de mortos pode aumentar nas próximas horas.

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    Segundo as autoridades, homens armados tentaram invadir a prisão e foram apoiados por muitos dos presos que também tinham armamentos. Na tentativa de fuga, foram usados explosivos em um dos muros. A Segup também informou que os suspeitos de invasão tinham dois fuzis, três pistolas e dois revólveres. Um vídeo divulgado por uma televisão local, a TV Liberal, mostra presos sendo baleados quando tentavam fugir da prisão. Informações do Conselho Nacional de Justiça, divulgadas em fevereiro, revelam que o presídio estava super lotado.

    Em entrevista ao jornalO Globo, o coordenador do núcleo de Política Penitenciária da Ordem dos Advogados do Pará (OAB-PA), Antonio Graim neto, disse que o estado têm mais de 14 mil presos com um sistema de casas penais lotado. “O centro de Recuperação Penitenciário é considerado o que recebe os detentos mais perigosos. Os presídios têm membros de facções que disputam poder e território na região metropolitana de Belém”, afirmou ao jornal.

    O incidente aconteceu um dia depois de uma onda de assassinatos que deixou um saldo de 12 mortos em Belém. Os crimes, que têm características de execução, aconteceram após a morte de um policial militar na capital paraense. Pelo encadeamento dos acontecimentos, especula-se que eles possam estar ligados.

    A Segup informa que ainda não foi confirmada se houve ou não fuga de presos, mas agentes especiais da Polícia Militar foram enviados ao local para reforçar a segurança. O Governo já colocou investigações em andamento para descobrir quais grupos tentaram invadir o presídio para a fuga em massa e como houve a entrada de armas no complexo prisional.

    Em janeiro de 2017, o Brasil registrou um dos episódios mais trágicos de sua história carcerária com mortes nas prisões nos Estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, que causaram mais de 130 mortes. No Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) na cidade amazônica de Manaus, teve o pior saldo: 56 presos morreram em um confronto entre facções rivais, o que mostrou a grande influência delas dentro das prisões e deixou evidente a insegurança, a superlotação e as más condições do sistema penitenciário brasileiro.

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