Chuva deixa cidade de Iaçu em estado de calamidade

As chuvas que começaram na semana passada em parte da Bahia causaram prejuízos em algumas cidades no final de semana. A situação mais dramática é a de Iaçu (a 277 km de Salvador), na Chapada Diamantina, onde um temporal de 1h10, domingo à noite, derrubou 20 casas, danificou trilhos da Ferrovia Centro Atlântico (FCA) e deixou prejuízo estimado em R$ 4,5 milhões.iacu11

“Nunca vi uma coisa dessas! A chuva desceu levando tudo. Eu estava na casa de uma tia e, quando fui para a minha, não achei mais nada”, relatou, chorando, por telefone, Elizabete França, 38, que morava no centro da cidade.

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    Ela é uma das 250 pessoas cadastradas, ontem, pela Ação Social de Iaçu. Muitas delas, agora abrigadas em escolas públicas e recebendo ajuda para alimentação. “Não sobrou um documento, vou ter que fazer tudo de novo”, lamentou Elizabete, que só ficou com a roupa do corpo.

    Nesta segunda, 21, o prefeito Nixon Duarte (PMDB) decretou estado de calamidade pública e espera obter ajuda do governo para recuperar a cidade. “Já estávamos em estado de emergência devido à seca que castiga o Nordeste há mais de um ano e meio. Agora, precisamos de apoio para arrumar o estádio, ruas, estradas e pontes”, disse.

    Na FCA, vários pontos foram danificados ao longo de 5 km da via férrea por onde passam sete trens cargueiros diariamente. Segundo a assessoria, uma equipe já foi enviada a Iaçu para iniciar os reparos. O fluxo está previsto para voltar ao normal em cinco dias.

    Terceira maior geradora de emprego do município – com 180 funcionários -, a Cerâmica Paraguaçu, que produz 80 mil peças/dia, perdeu 95% do estoque, disse o técnico Edvaldo Sampaio. Segundo ele, a fábrica só deve voltar a funcionar em uma semana.

    Alegria na roça – Apesar dos desabrigados e ilhados, por causa da queda de pontes, a chuva foi bem-vinda à zona rural. Ontem, produtores passaram o dia cuidando da terra e sameando. Segundo o técnico Diran Fonseca, da EBDA, Iaçu e municípios vizinhos tiveram 100% de perdas nas últimas safras. “Com as chuvas de novembro, a precipitação pluviométrica foi bem menor que o ideal para garantir safra razoável. Agora, os produtores renovam a esperança”, afirma.

    “É só começar a chover que a paisagem fica verde. Já está ficando tudo bonito de novo”, comemorou a produtora Solange de Jesus, de Faustino. Ela disse que já perdeu as contas do tempo em que não colhe nada. “Na chuvinha de novembro, plantamos, mas ninguém colheu ainda. Pode ser que agora dê algo”, espera.

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