Escola que foi construída debaixo de um pé de juá em Wagner é referência na educação

A Escola Che Guevara é um espaço de luta e referência às famílias do Assentamento São Sebastião de Utinga, em Wagner, na Chapada Diamantina, que a partir do legado revolucionário do Che construíram um espaço de estudo e formação política.

Essa luta teve início em 1995 com a construção da escola num espaço improvisado debaixo de um pé de juá, árvore típica da região, e permaneceram quatro meses acampados até levarem o primeiro despejo.

Ao recordar esse processo e fazendo um paralelo com as conquistas, Adriana Costa, da direção da escola, fala com orgulho que mais de 200 estudantes do assentamento e de comunidades vizinhas estão matriculados nos turnos matutino e vespertino, atendendo desde a educação infantil do 1º ano ao 5º ano e do 6º ao 9º ano.

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    Ela conta que o processo de construção da estrutura educativa não foi simples, pois diversos limites eram enfrentados pelas famílias. “A primeira dificuldade foi na garantia da estrutura física já que a única coisa que tínhamos na época era madeira e lona. Mesmo assim, não recuamos e enfrentamos o desafio do estudo”.

    “Quando cobrávamos o processo de desapropriação da fazenda, onde o acampamento estava montado, reivindicávamos também o direito do estudo como um instrumento fundamental da dignidade humana”.

    “Foi na luta que percebemos que nossa tarefa, enquanto educadores, era a de valorizar a nossa cultura camponesa que é forjada na ocupação”, explica Costa.

    Com o passar do tempo as famílias conseguiram garantir uma melhor estrutura e montar as salas de aula, onde diversas experiências, com foco na cultura e laser, ajudaram na consolidação de uma metodologia significativa e importante na escolarização da comunidade.

    Os assentados e assentadas falam do processo de construção da escola, como um espaço de formação coletividade, que garante oportunidades para que seus filhos possam seguir cultivando a luta e a construção política, pedagógica e social.

    Na prática, os educadores da escola conseguem vivenciar os princípios da Educação Popular e fazer do espaço conquistado um mecanismo de organização do assentamento em defesa da Reforma Agrária Popular.

    A luta da Escola Che Guevara se soma as diversas experiências construídas no estado da Bahia, que são celebradas no 19º Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras do MST, que começou nesta quinta-feira (26), em Salvador.

    Com o tema “30 anos do MST: por uma educação pública, popular e socialista” diversos debates e intervenções fazem parte da programação do evento.

    *Editado por Maura Silva

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