Fogo destrói área de 60 campos de futebol na Chapada Diamantina

O incêndio que atingia o Parque Estadual das Sete Passagens (PESP), em Miguel Calmon, foi debelado na manhã desta quinta-feira (25). Uma área de até 60 hectares foi consumida pelo fogo. Isso corresponde a 60 campos de futebol queimados.

De acordo com o gestor do parque, Zélis Pereira, uma equipe formada por 35 pessoas, entre brigadistas e voluntários, trabalhou no combate ao fogo. “O trabalho começou às 14h de quarta e terminou às 4h desta quinta. Utilizamos abafadores e a bomba costal à base de água. Agora estamos fazendo o rescaldo para evitar novos focos”, diz.

Criado em 2000, o parque localiza-se na microrregião da encosta da Chapada Diamantina. Ele é formado por 2.821 hectares e abriga 50 nascentes que alimentam rios como o Itapicuru Mirim, Jacuípe e Paraguaçu, além de 14 cachoeiras.

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    Segundo o gestor do parque, o fogo atingiu áreas de nascentes e provocou a morte de animais: “segundo levantamento dos guardas, o fogo queimou em média de 40 a 60 hectares de serra. Houve perda de animais também, mas esse levantamento nós só vamos ter com o rescaldo. Ainda não tem como mensurar”.

    A preocupação agora é com o incêndio na Serra de Jacobina, cidade localizada a 30 quilômetros de Miguel Calmon. “O fogo na Serra de Jacobina está vindo para cá. Os brigadistas estão se dirigindo para o local para evitar que chegue ao Parque das Sete Passagens”, relata o gestor.

    De acordo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), um avião AirTrack fará um sobrevoo de avaliação dos danos na região nesta sexta-feira (26).

    35 cidades atingidas
    Desde a última sexta (19), 35 cidades da Chapada Diamantina são atingidas pelo incêndio. O secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, informou que as cidades mais afetadas são Piatã, Abaíra, Mucugê e Érico Cardoso, com focos próximos às sedes dos municípios.

    O fogo também atinge cidades do oeste baiano como Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia.

    Serra de Santana, em Piatã, é uma das áreas mais afetadas

    Quatro aeronaves – dois aviões AirTrack e dois helicópteros – atuam nas regiões. O trabalho de combate aos focos de incêndio também envolve dez técnicos do Inema, bombeiros, e policiais militares das Companhias de Polícia Ambiental, do Cerrado, e da Caatinga.

    Dois fatores contribuem para a propagação das chamas. A vegetação está mais seca que nos anos anteriores, devido à redução do período de chuvas e, como no último incêndio de grandes proporções na Chapada Diamantina, em 2008, há uma concentração maior de matéria orgânica, o que dificulta o combate.

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